22.9.09

Pina Bausch


O que dizer quando são as ações mais simples e as situações mais quotidianas que te arrebatam e levam suas defesas internas ao chão?

Baseando-se na memória dos atores e inspirando-se em ações e gestos do dia-a-dia, a recém-falecida coreógrafa Pina Bausch (30 de jun de 2009) consegue borrar as marcas que individualizam o sujeito, tornando-o universal, aberto para o processo de identificação e interpretação. A fragmentação e montagem no espetáculo alcançam um objetivo parecido com o de Eisenstein no cinema. Ao não seguir uma narrativa linear, a necessidade de se focar em uma personagem deixa de existir e o foco, conseqüentemente, recai sobre o coletivo. A gente atônita olha sem saber como ou porquê é levada para outra realidade. Café Müller e A Sagração a Primavera (em cartaz até hoje, 22 de set, no teatro Alfa) nos transportam pra dois mundos diferentes, mas cuja ligação é a mesma: o homem. Um homem visto de maneiras diferentes e que (talvez) venham de épocas diferentes, mas que sempre refletem e dialogam com o homem ocidental do século XX. Um homem do século de Bausch muito bem estudado e interpretado da maneira mais honesta e íntegra possível.

- Ingressos ainda à venda -



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