21.9.09

Double Life

Eu fico tentando tomar alguma distância e olhar pra mim mesma. Não pra o mim mesma mim mesma, mas para essa pessoa que é vista pelos outros. Porque a gente sempre acha que conhece as pessoas, e justo aí é que elas nos surpreendem e fazem tudo ao contrário.

Mas nem é sobre isso a minha questão. A minha questão é destrinchar direitinho como é que as pessoas me lêem, pra entender que espécie de figura elas criam nas próprias cabeças. A gente busca um detalhe ou outro que promova uma identificação, e tira as próprias conclusões.
Nenhuma das conclusões é realmente válida, mas servem pra nos guiar no processo de conhecimento.

Eu posso ser doce, e ser ácida, e ser sarcástica, e ser engraçada, até mesmo legal. Mas é tudo rótulo, e nenhum deles me define, exatamente. Daí eu vou pro Orkut, e clico naquela opção que diz pro perfil ser mostrado como qualquer pessoa o vê. E eu não sou dessas pessoas que ficam botando cadeado, acho isso bem irritante, by the way. E tem lá citações de cinema, e nomes de bandas, e programas de televisão. Uma foto que mal mostra o meu rosto, e que me faz parecer bem mais cool do que eu me acho, de fato. Fotos normais, com pessoas normais. Testemunhais de pessoas me dizendo que eu tenho a personalidade forte, e que estou sempre a par de tudo o que acontece. Convenhamos, não é sempre assim.

Dizem que eu sou divertida, mas será que sou mesmo? E eu vou olhar o Orkut das pessoas e tiro conclusões, obviamente. Não os conheço bem, talvez nunca os conheça de verdade. Não vejo a hora de tirar as minhas próprias conclusões, essas que não são guiadas por informações que eles editam online. Não vejo a hora que eles me conheçam melhor, e tirem as suas próprias conclusões, não guiadas pelo que eu edito, online. Eu sou uma boa editora. Tomara que eles ainda gostem de mim, depois de todo esse processo.

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